Ithelian O segundo herói cardinal
Ah, e se falamos do lendário Arkanis, é impossível não mencionar o segundo herói cardinal que veio para este mundo em chamas. Enquanto Arkanis empunhava sua espada com sabedoria e coragem, o próximo a surgir trouxe uma força bem diferente: o poder da magia e uma mente tão afiada quanto a lâmina de seu companheiro de batalha. Estou falando, é claro, de **Ithelian**, o grande mago arcano, o homem que fundou o primeiro país de Eudora, moldando o caos em ordem sob o brilho místico das sete luas.
Ithelian não era como Arkanis. Onde Arkanis confiava na força e no combate corpo a corpo, Ithelian preferia resolver as coisas com sua mente estratégica e sua magia quase ilimitada. Ele apareceu em Eudora num momento em que o mundo estava em plena desordem, a magia selvagem e caótica fluía sem controle, e o poder bruto dominava sobre a sabedoria. Mas Ithelian não se assustou; na verdade, ele viu oportunidade. Ao contrário de Arkanis, que lutava contra tudo e todos para trazer justiça, Ithelian enxergava o caos como uma ferramenta que poderia ser moldada.
Ele começou sua jornada não pela espada, mas pelas palavras e pelo uso brilhante de sua magia. Ithelian compreendeu rapidamente que, para controlar Eudora, ele precisava de mais do que força mágica — ele precisava de poder político. E assim, com a astúcia de um verdadeiro estrategista, começou a se aproximar dos líderes locais, manipulando-os com suas palavras encantadoras e seus feitiços sutis. Ele conquistava não pelo medo, mas pela promessa de algo maior: a ordem.
Foi assim que ele conseguiu unir uma vasta região montanhosa, rica em recursos e isolada dos conflitos mais violentos, criando o primeiro verdadeiro país em Eudora: **Lunarion**. O nome, claro, veio das sete luas que, em noites raras, se alinhavam perfeitamente no céu, um espetáculo que só podia ser visto das montanhas de sua nova nação. Essas luas se tornaram um símbolo do poder místico e da sabedoria de Ithelian, que governava Lunarion com uma mão firme e calculada.
Ah, mas não pensem que o surgimento de Lunarion foi um mar de rosas. Ithelian enfrentou tiranos, senhores de guerra, e criaturas tão antigas quanto as montanhas que agora eram suas. Mas, diferente de Arkanis, que avançava sozinho contra os inimigos, Ithelian utilizava sua magia para mover exércitos, convocar tempestades e dobrar a própria realidade à sua vontade. Ele não lutava batalhas comuns — ele as moldava, transformando-as em jogos de xadrez onde seus inimigos não passavam de peões, e ele, o rei e estrategista.
Agora, aqui é onde a história fica interessante, pois em um dado momento, o destino de Ithelian e Arkanis se cruzaram. Ah, que visão deve ter sido, o encontro desses dois titãs. Enquanto Arkanis era tudo sobre ação direta e liderança pela força, Ithelian via o mundo com uma visão calculista, quase fria. Eles não se davam bem — era quase cômico! Ithelian achava que Arkanis era impulsivo demais, enquanto Arkanis considerava Ithelian arrogante e desconectado das pessoas. Mas, quando lutavam juntos, ah... o que posso dizer? Eles eram imparáveis.
As poucas vezes que esses dois heróis se uniram em combate são hoje histórias de lendas. Juntos, enfrentaram monstros ancestrais, derrubaram reinos tirânicos e desmantelaram regimes inteiros com uma combinação de força brutal e magia sagaz. Arkanis partia na linha de frente, sua espada cortando o caos, enquanto Ithelian, com um simples movimento de suas mãos, invocava feitiços que destruíam exércitos inteiros ou mudavam o curso de batalhas. E, apesar das constantes discussões entre eles — onde Arkanis zombava da "pomposidade" de Ithelian e este revirava os olhos à "simploriedade" de seu parceiro —, no fundo, havia um respeito mútuo.
Mas Eudora, com seu ciclo de caos e desigualdade, não era um lugar que permitia paz por muito tempo. Muitos tiranos e entidades malignas tentaram destruir Lunarion e desestabilizar tudo que Ithelian havia construído. Ele e Arkanis enfrentaram criaturas demoníacas, reis enlouquecidos pelo poder, e hordas de escravos que se rebelavam contra o sistema de castas ainda em formação.
Mesmo com sua magia formidável, Ithelian sabia que ele, como Arkanis, não podia mudar Eudora sozinho. A criação de Lunarion era apenas o primeiro passo, um exemplo do que poderia ser feito se as raças trabalhassem juntas, sob um governo de ordem e respeito mútuo. Mas esse exemplo era frágil, constantemente ameaçado pelos antigos costumes de opressão e poder bruto.
E, apesar de sua arrogância, Ithelian compreendia que, sem Arkanis ao seu lado, muitos de seus planos teriam fracassado. Juntos, eles se tornaram símbolos de esperança, não apenas pelo que podiam fazer sozinhos, mas pelo que representavam como uma dupla. *A força e a sabedoria. A espada e a magia.*
Mesmo assim, o destino era cruel. Ithelian e Arkanis, por mais poderosos que fossem, sabiam que suas vidas mortais eram limitadas. Eles criaram um alicerce, sim, mas também sabiam que a verdadeira mudança em Eudora só viria com a chegada de mais heróis como eles, aqueles que fossem invocados para continuar essa luta contra o caos e a desigualdade.
A lenda de Ithelian, o mago que fundou Lunarion sob o brilho das sete luas, e sua conturbada relação com Arkanis, o guerreiro que enfrentava o mundo de frente, continua viva até hoje. E enquanto o país de Lunarion prospera até os dias atuais, a sombra de seus criadores ainda paira sobre ele. Arkanis e Ithelian são os primeiros a cravar suas marcas em Eudora, mas, como sabem, meus caros, muitos outros heróis viriam depois deles, cada um com sua própria jornada e seu papel a desempenhar no destino deste mundo caótico.